O Patrono

Frei Luís de Sousa é o nome religioso de Manuel de Sousa Coutinho (Santarém c. 1556 – Benfica 1632), português que em 1600 ocupava o posto de capitão-mor de Almada e que se julga ter habitado no “Bacelo”,  sua propriedade situada no Pragal, Almorouche.

Filho de um “… grande cultor das letras e das ciências … “, Lopo de Sousa Coutinho, Manuel de Sousa Coutinho casou em 1583 com D. Madalena de Vilhena, viúva de D. João de Portugal, morto na batalha de Alcácer-Quibir.

Capturado pelos mouros nas proximidades da Sardenha é levado como escravo para Argel, onde conheceria no cativeiro a Miguel de Cervantes. Resgatado, dirigiu-se a Espanha onde se tornou amigo de Jaime Falcão, poeta e matemático.

A 1613, entrou para o convento de S. Domingo de Benfica e a sua mulher para o convento do Sacramento, sob o nome de Madalena das Chagas, após a morte da filha de ambos, Ana de Noronha.

Almeida Garrett lançou mão da lenda formada em torno de um hipotético reaparecimento de D. João de Portugal, utilizando-a como enredo do seu drama “Frei Luís de Sousa”, nome que Manuel de Sousa Coutinho tomou como religioso da Ordem de S. Domingos.

A sua vocação literária, desde cedo se manifestara, mas é como frade que surge o seu primeiro trabalho, “História de S. Domingos”, ao qual se segue “Vida do Arcebispo D. Frei Bartolomeu dos Mártires”, “Anais de el-rei D. João III”, tradução do latim da  “Vida do beato Henrique Suso”, “Vida de Sóror Margarida do Sacramento” e outras obras que se perderam.

É um dos maiores vultos literários de Portugal.