O Padroeiro

Nasceu Nuno Álvares Pereira no ano de 1360, filho de D. Álvaro Gonçalves Pereira e de D. Iria Gonçalves do Carvalhal.

Aos treze anos foi enviado para o Paço Real, entrando ao serviço da rainha D. Leonor Teles como escudeiro. Foi também ela que o armou cavaleiro.

Por imposição paterna, casou aos dezasseis anos com uma jovem viúva do Minho, para onde foi viver até 1379.

A ascensão militar é conhecida: na terceira guerra de Portugal com Castela (1381-1382) já é ele que defende a fronteira portuguesa dos ataques castelhanos.

Com a morte do rei D. Fernando, em 1383, Nuno Álvares toma o partido do Mestre de Avis, a favor da independência de Portugal contra a facção que apoiava D. Beatriz, filha e legítima herdeira do monarca falecido, mas casada com o rei de Castela.

É inevitável a guerra com o país vizinho. O nome do Condestável do Reino está associado às vitórias portuguesas de Atoleiros, Aljubarrota, Valverde. O seu génio militar, a sua tenacidade, são motivo de admiração de amigos e adversários.

A essas qualidades juntava a solidariedade com os companheiros de armas, o respeito pelos adversários. Em cenário de guerra, não raras vezes deu mostras de compaixão, de humanidade. A fé em que se apoiou ao longo da vida e a espiritualidade que sempre demonstrou ajudam a compreender o seu percurso.

Agraciado pelo novo rei e cumulado de benesses torna-se um dos homens mais ricos de Portugal. No entanto, o seu desapego dos bens materiais leva-o a desfazer-se do seu património e títulos, que em grande parte doa à Ordem do Carmo, em que entra nos últimos anos da sua vida como simples frade, Nuno de Santa Maria.

Ilustre e poderoso reparte então a sua vida pela oração e assistência aos pobres, em favor de quem pedia esmola.

Morre em 1431, no Convento do Carmo, em Lisboa, mandado por si construir anos antes.

Após a morte é alvo de culto pelos populares que o consideram santo. Em 1918 é proclamado beato e é canonizado em 26 de Abril de 2009, pelo Papa Bento XVI.

É esta a figura notável a quem o Patriarcado de Lisboa dedicou, em 1956, o Externato Frei Luís de Sousa. Os valores da generosidade, da honestidade, da lealdade, do respeito pelos outros, do empenhamento fazem de S. Nuno de Santa Maria uma inspiração para todos nós.